O Big Data nasceu para todos.

Depois da Declaração Universal dos Diretos Humanos, a gente aprendeu que todo mundo tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal.

Mas agora que a vida se tornou digital, qual o seu direito sobre os 2,5 quintilhões de bytes de informação que trafegam todo dia pela internet?

Segundo o pessoal do Vale do Silício, “os dados pessoais são o novo petróleo”. E se assim é, o tal do Big Data parece ser um infindável pré-sal, pronto a ser explorado.

Mas será que só as grandes Petrobrases da indústria da tecnologia é que têm direito a esse enorme tesouro que trafega pelas redes? E eu e você, que somos meros empreendedores, médios varejistas, prestadores de serviços? Será que não podemos usufruir pelo menos um pouco dessa promissora fonte de conhecimento em favor dos nossos negócios?

Como diria Obama: Yes, we can!

Quer exemplos? O seu smartphone que marca sozinho quantos passos você dá por dia. Sozinho isso são apenas dados pessoais. Mas se esses dados forem transmitidos para nuvem e lá se juntarem com outros milhões de dados de pessoas de mesmo perfil físico e voltarem pra você na forma de um indicador apontando se a sua performance está além ou aquém do seu grupo de referência, isso já começa a ser Big Data.
Imagine então nos negócios; inclusive nos mais singelos. Uma pizzaria, por exemplo.

Esse ano, foi lançado por empreendedores brasileiros um aplicativo para celular cuja função principal é a de facilitar o processo de solicitação de entrega de pizzas. Até aí normal!

O surpreendente é o sistema que está por trás disso, à disposição da pizzaria. Com o uso contínuo, os dados dos usuários vão sendo coletados, armazenados e processados num volume tal que um pizzaiolo de periferia passa a ter uma incrível quantidade de indicadores, que jamais pensou ser possível no seu pequeno negócio.

Ele consegue saber o sabor mais pedido de pizza na sua região (e, se for esperto, caprichar bem mais nessa opção do seu cardápio), consegue visualizar a posição da sua pizzaria em relação à média de pedidos no raio do seu delivery (e pode ampliar ou reduzir esse raio para aumentar sua eficiência), consegue entender as datas e horários de maior incidência de pedidos (e criar promoções especiais para atrair mais clientes).

Enfim, pequenos pizzaiolos já estão conseguindo transformar dados em insights para melhorar o seu negócio, a partir de um poderoso sistema de gerenciamento de dados, há bem pouco tempo só imaginado em grandes corporações.

E esse é o lado mais encantador do Big Data! Saber que mesmo sem a gente entender nada de data base, cloud computing e algoritmos, todo esse poder já pode estar nas nossas mãos, por menor que seja o nosso negócio.

A cada dia, mais ferramentas, serviços e fornecedores aparecerão para nos ajudar a capturar, processar e entender os quintilhões de dados diariamente produzidos pela humanidade e que, em última análise, são nossos também.

Por Zé Luiz Tavares em Revista Revenda | Dezembro 2015

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